Felicidade
Enigma
que desde sempre inquieta a humanidade.
Segundo
Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, nos
Estados Unidos, que estuda a felicidade há mais de duas décadas,
conceitua a sensação de bem-estar: “É difícil
dizer o que é, mas sei quando eu a vejo. É simplesmente
se sentir bem”. Em suas pesquisas e livros sobre o tema, Gilbert
mostra o que teimamos em não perceber no dia-a-dia: a felicidade
não é uma sensação eterna, é um estado
de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer.
Estar feliz
ou triste é um ir e vir. Apesar de difíceis, os processos
de infelicidade também funcionam como um momento para amadurecer,
pensar e repensar as atitudes, os projetos.
Não
há respostas concretas, mas há pistas do que leva até
ela. O filósofo grego Aristóteles afirmava, há mais
de 2 mil anos, que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude
e não da posse.
Segundo
o psicólogo Daniel Kahneman, Prémio Nobel da Economia em 2002, da Universidade Princeton,
nos Estados Unidos, passamos a julgar nossa felicidade não pela
situação atual, mas pela perspetiva de melhorar de vida
no futuro. A conclusão de Kahneman faz parte de um estudo feito
nos últimos anos sobre o modo de viver dos americanos. Há
meio século, o sonho de uma família de classe média
era ter a casa própria, um carro na garagem e pelo menos um filho
na universidade. Os dados mostram que o sonho americano se transformou
em realidade. E, apesar de alcançar seus objetivos, esse povo
não se considera satisfeito ou feliz. O especialista defende que é a memória da felicidade que nos dá a satisfação. Diz que o presente é efémero e, portanto, há grande diferença entre o agora e a lembrança do passado. O truque é fazer coisas diferentes pois é a mudança de rotina que faz com que se guarde as memórias. Uma experiencia feliz torna-se cada vez melhor à medida que é recordada através do tempo.
Georg Dutschke, professor e investigador da felicidade no trabalho, descobriu que a remuneração é importante até um determinado nível. A partir do momento em que ganhamos o suficiente para viver com dignidade, isso não é mais importante para o bem-estar. São outros fatores a dar satisfação: ser reconhecido no trabalho, poder se desenvolver, haver entre-ajuda com colegas e um bom equilíbrio entre família e trabalho.
Ajudar os outros também nos traz felicidade. Experienciamos a recompensa ao ajudar porque somos uma espécie social. Ter gratidão é outra coisa que ajuda. Pessoas mais gratas são também mais felizes. Felicidade é algo que se trabalha, não é uma receita .
A felicidade
não é permanente porque não dá para estar
bem o tempo todo. Mas também não precisa ser uma eterna
projeção.
Dicas
para felicidade
•
Aprenda a viver aqui e agora.
•
Valorize o aspeto positivo.
•
Redescubra a sua própria inocência.
•
Conceda-se pequenos prazeres.
•
Deixe agir o seu instinto.
•
Fotografe seus momentos felizes.
•
Respire profundamente, faça exercícios e cuide da saúde
•
Use a criatividade.
• Deixe
fluir a sua energia interior.
• Seja flexível e adaptável a mudanças.
• Tenha bons pensamentos.
• Partilhe os acontecimentos e verbalize as emoções.
• Diversifique o foco da felicidade entre as relações, amigos e trabalho.
• Pratique o humor.
• Pratique a compaixão.
• Faça voluntariado.
• Ouse
A
alegria de viver
É
compreender que dentro de nós próprios, no profundo há
uma inteligência enorme, simples, natural que sabe sempre o que
fazer e onde nos levar. Trata-se de não a bloquear, mas
sim deixá-la fluir, para que nos indique o caminho.
Ao
ouvirmos e acolhermos tudo o que surge em nós, bom ou mau, bonito
ou feio, sem preconceitos, bloqueios e sem nos opormos, descobriremos
o contacto com o nosso espaço interior e com a nossa essência.
Observar
os incómodos e as inquietudes que invadem o nosso espaço
interior e acolher tudo o que é nosso, o que gostamos e o que não
gostamos, é a via mestra para estarmos bem com nós próprios.
Nos
aceitarmos e deixarmos a nossa essência nos guiar a desabrochar
e a realizar o nosso caminho sem esforços e sem guerras interiores
pela vida é o caminho para a felicidade.
Passos
para reencontrarmos a nossa vida
•
Repita a frase: “Não posso fazer nada, quero desistir.”
•
Não se acuse: se está desesperado(a), não é
sua culpa.
•Trate-se
com ternura, acaricie a sua fragilidade, não se recrimine.
• Lembre-se
que juntamente com essa dor está nascendo um “novo ser”
em si. Cuide dele porque é parte de si.
• Observe-se
sem nenhum esforço para melhorar e sem nenhum objetivo para alcançar.
Sinta que a dor logo desaparecerá.
• Sentir-se
vazio(a) é bom, não se assuste. Significa que há
espaço para vir à tona a energia interior incontaminada
e “vazia de preconceitos”.
Limite-se
a observar os estados de ânimo e os sentimentos em si sem julgar
e nem criticar. Esta é a maneira como o cérebro deixa de
lutar e gera substâncias de felicidade para produzir bem-estar e
ficar bem consigo próprio.
Pesquisas atuais indicam que quem é feliz não adoece. Quando
felizes estamos num estado mágico capaz de regenerar o corpo e a
alma.
A
felicidade está sempre disponível, mas é preciso deixá-la fluir.
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