Ataque
de Pânico
O Distúrbio de Ataque de Pânico (DAP) é uma patologia
psíquica caracterizada pelo surgir repentino de episódios
de angústia intensa e incontrolável, que pode deixar a pessoa
aterrorizada e fora de si.
Surge geralmente
de forma inesperada sem alguma motivação evidente que possa
justificar um medo tão intenso. Os ataques e a sua repetição
confirmam o diagnóstico, caso contrário diz-se “episódio
de pânico”.
São
de duração breve e atingem um pico após 10 minutos,
mas com uma força tal que a pessoa que sofreu pode perder o sentido
do tempo e pensar que duram muito mais. O desconforto termina completamente
em meia hora no máximo e a sua a intensidade pode ser tal que as
pessoas podem ficar exaustas durante dias.
Sintomas
•dificuldade
respiratória e falta de ar
•medo de morrer ou de enlouquecer
•aumento do ritmo cardíaco e palpitações
•vertigens, tonturas, náuseas e tremores
•sudação
•dor no peito
• entorpecimento ou formigamento das mãos, rosto, pés ou
boca
• dor no peito
• vertigens
• vermelhidão no rosto e peito
• dissociação, percepção de não estar
no próprio corpo
• terror, sensação de que algo terrível está
para acontecer, medo de morrer
• choro incontrolável (frequente após a crise)
As vias do Pânico
A
psicanálise
Segundo
Freud o tipo de ligação que se estabelece com os pais na
infância e na adolescência está na base do surgimento
dos ataques de pânico.
A criança necessita de protecção e encorajamento
na mesma proporção. Quando no estilo educacional prevalece
uma protecção excessiva ou um encorajamento excessivo desproporcional
à idade pode-se determinar uma deformação do sentimento
de segurança que desencadeia o pânico.
Abordagem
cognitivo comportamental
Segundo
esta abordagem os ataques de pânico seriam gerados pela presença
de modalidades de pensamento baseadas em percepções distorcidas
da realidade, pensamentos automáticos ou convicções
erradas.
O trabalho de recuperação se concentra nos sintomas do distúrbio,
ajudando quem sofre a superar o medo relacionado ao pânico através
de técnicas focalizadas, exercícios de respiração
e relaxamento.
Visão
bio-reducionista
A ciência
médica baseia-se nos aspectos fisiológicos: aumento da produção
de adrenalina e epinefrina (neurotransmissores) e a activação
de reflexos de sufocamento. Quem sofre de pânico teria uma sensibilidade
maior no confronto de tal sensação, activando-a também
em situações não perigosas. Segundo a perspectiva
bio-reducionista o uso de medicação é fundamental.
Conviver
com o distúrbio
A angústia
do pânico pode agir como se fossem as dores de um parto e fazer-nos
renascer, renovados, longe da personagem que representamos no dia a dia
e que pode ser a origem do nosso sofrimento.
Durante o ataque:
1
Parto: Ao sentir chegar os primeiros sintomas, imagine-se a preparar-se
para deixar vir a luz a uma nova parte de si, como se o ataque de pânico
fosse uma espécie de “parto”. Em primeiro lugar procure
uma posição confortável. Concentre a sua atenção
na respiração e procure fazer respirações
superficiais e regulares e “apoiadas” na bacia, mesmo como
se estivesse a recolher forças para o evento.
2
Respiração: Se sentir alguma opressão em
alguma parte do corpo faz uma massagem: no peito, no braço, na
perna, se é o rosto que está quente com as duas mãos
faça uma massagem até sentir-se aliviada da tensão,
deixando-a sair na direcção para baixo. O movimento tem
que ser decidido, como se estivesse “ empurrando” fora de
si, exactamente como se fosse um parto, a força que em si está
a procurar uma via de saída.
3 Vai passar: Nesse ponto perceberá que o mal-estar
chegou ao acme e começa a afastar-se. A intensidade que caracteriza
o ataque de pânico irá diminuindo, enquanto sentirá
uma sensação de esvaziamento, de grande cansaço misto
de alívio. Como acontece após um parto.
4
Não reprimir: Repor a postura habitual, recompor e deixar
que simbolicamente o “pequeno” recém-nascido faça
sentir a sua presença, tendo o cuidado de não censurar acções
e reacções espontâneas.
Por ex.: Se necessitar dizer palavras grosseiras, talvez é hora
de libertar-se de um excesso de auto-controle ou de conformismo.
Se precisar fazer gestos fortes, é provável que esteja na
hora de sair do anonimato.
Quer chutar ou dar um soco? Demonstra que tem a necessidade de exprimir
aspectos agressivos.
Quer sorrir ou sente-se comovido? Talvez necessite render-se às
emoções.
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